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01/02/2020 - 22:33

Ao deixar papado, Bento XVI diz que se torna "um peregrino a mais" Ao chegar à residência de verão papal de Castel Gandolfo, no sul de Roma, Bento XVI agradeceu da sacada de seus aposentos à multidão de fiéis que foi até o local recepcioná-lo. Sob aplausos, afirmou que, ao deixar o seu papado, se tornava "um peregrino a mais."

"Esse dia meu é diverso daqueles outros. Eu sou ainda pontífice, mas, depois das 20h [horário local] não sou mais, serei um peregrino a mais", disse.

Bento XVI disse ser grato pelo afeto e carinho recebidos. "Estou feliz por estar com vocês e da vossa simpatia que me fazem muito bem, obrigado pela vossa amizade, vosso afeto", afirmou Bento XVI ao dirigir algumas poucas palavras ao público estimado, inicialmente, em cerca 7.000 fiéis.

Ele acrescentou ainda que irá trabalhar pelo bem comum com "todas as suas forças": "Vamos à frente pelo bem da Igreja, pelo bem de todos". Antes de se retirar, ele deu a benção aos fiéis presentes.

Bento XVI ficará em Castel Gandolfo, a cerca de 25 km do Vaticano, pelo próximos dois meses antes de se mudar em definitivo para um convento, atualmente em reforma, dentro do próprio Vaticano.

Fonte: uol




"Amar a Igreja significa ter a coragem de fazer opções difíceis" - Bento XVI aos mais de 150 mil fieis na Praça de S. Pedro " Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer opções difíceis, árduas, tendo sempre em vista o bem da Igreja e não nós mesmos" - recordou Bento XVI, na serena e ao mesmo tempo vibrante alocução que constituiu a última palavra pública do seu pontificado.

Na véspera de deixar o ministério petrino (amanhã, quinta-feira, 28 de fevereiro, às 20 horas), o Papa quis, antes de mais, "dar graças de todo o coração a Deus, que guia e faz crescer a Igreja, que semeia a sua Palavra, alimentando assim a fé no seu Povo".

Bento XVI alargou o seu olhar a toda a Igreja e a todo o mundo, assegurando levar a todos no coração, na oração, confiando tudo e todos ao Senhor. E declarou viver este momento com "grande confiança", na certeza de que "a Palavra de verdade do Evangelho é a força da Igreja, é a sua vida". "É esta a minha confiança, a minha alegria".

No dia dezanove de Abril de dois mil e cinco, quando abracei o ministério petrino, disse ao Senhor: É um peso grande que colocais aos meus ombros! Mas, se mo pedis, confiado na vossa palavra, lançarei as redes, seguro de que me guiareis. E, nestes quase oito anos, sempre senti que, na barca, está o Senhor; e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas do Senhor. Entretanto não é só a Deus que quero agradecer neste momento. Um Papa não está sozinho na condução da barca de Pedro, embora lhe caiba a primeira responsabilidade; e o Senhor colocou ao meu lado muitas pessoas que me ajudaram e sustentaram. Porém, sentindo que as minhas forças tinham diminuído, pedi a Deus com insistência que me iluminasse com a sua luz para tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e inovação, mas com uma profunda serenidade de espírito.

Na alocução mais desenvolvida, em italiano, Bento XVI convidou todos a renovarem a sua firme confiança no Senhor, a confiarem-se "como crianças nos braços de Deus (disse), na certeza de que esses braços sempre nos sustentam, permitindo-nos caminhar dia após dia, apesar da fadiga".

"Agradeçamos ao Senhor por cada um dos nossos dias, com a oração e com uma vida cristã coerente. Deus ama-nos, mas espera também que nós o amemos!"

Mas não foi só a Deus que Bento XVI quis agradecer neste momento especial da sua vida e antes da conclusão do seu pontificado. Na verdade - recordou - "um Papa nunca está sozinho na condução da barca de Pedro, embora lhe toque a primeira responsabilidade".

"Nunca me senti sozinho na (responsabilidade) de levar a alegria e o peso do ministério petrino. O Senhor pôs ao meu lado muitas pessoas que, com generosidade e amor a Deus e à Igreja, me ajudaram com a sua proximidade".

E aqui o Papa mencionou expressamente: os cardeais, cuja "sageza, conselhos e amizade foram preciosos", prosseguindo com os colaboradores mais diretos, desde o Secretário de Estado mas incluindo todos os que estão ao serviço da Santa Sé, muitos deles "na sombra, no silêncio e na dedicação quotidiana, com espírito de fé e de humildade", "um apoio seguro e fiável". Uma palavra de gratidão também ao Corpo Diplomático, representantes das Nações, e a "todos os que trabalham para uma boa comunicação", um "importante serviço". Menção de especial e afetuosa gratidão à "sua" diocese de Roma, a todos os irmãos no episcopado e no presbiterado, todos e todas as consagradas, e todo o Povo de Deus?

"nas visitas pastorais, nos encontros, nas audiências, nas viagens, sempre adverti grande atenção e profundo afeto; mas também eu quis bem a todos e a cada um, sem distinções, com aquela caridade pastoral que é o coração de cada Pastor, sobretudo do Bispo de Roma, do Sucessor do Apóstolo Pedro. Cada dia levei na oração cada um de vós , com coração de pai".

Bento XVI agradeceu também de todo o coração as numerosas pessoas de todo o mundo que nas últimas semanas lhe enviaram - disse - "comoventes sinais de atenção, amizade e oração".

"Sim, o Papa nunca está só, experimento-o agora uma vez mais, de um modo tão grande que toca o coração. O Papa pertence a todos e tantíssimas pessoas sentem-se muito perto dele".

Não foram só os "grandes do mundo" (chefes de Estado, chefes religiosos, representantes do mundo da cultura?) a escrever - esclareceu Bento XVI. Chegaram-lhe "também muitas cartas de pessoas simples", que exprimem o que o coração lhes dita mostrando "todo o seu afeto, que nasce do estar conjuntamente com Cristo Jesus, na Igreja"?

"Escrevem como irmãos e irmãs ou como filhos e filhas, com o sentido de um elo familiar muito afetuoso. Aqui se pode tocar com a mão o que é a Igreja - não uma organização, não uma associação com fins religiosos ou humanitários, mas um corpo vivo, uma comunhão de irmãos e irmãs no Corpo de Jesus Cristo, que nos une a todos. Experimentar a Igreja neste modo e poder assim com que poder tocar com as mãos a força da sua verdade e do seu amor, é motivo de alegria, num tento em que tantos falam do seu declínio".

"Nestes últimos meses senti que as minhas forças tinham diminuído (confessou Bento XVI), e pedi a Deus com insistência, na oração, que me iluminasse com a sua luz para me fazer tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja".

"Dei este passo na plena consciência da sua gravidade e também novidade, mas com uma profunda serenidade de espírito. Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer escolhas difíceis, dolorosas, tendo sempre presente o bem da Igreja, e não nós próprios".

Na parte final da sua alocução, Bento XVI voltou uma vez mais com o espírito ao início do seu pontificado, há oito anos atrás, ao dia 19 de abril de 2005, para sublinhar que com a sua renúncia não regressa a uma vida "privada". "A gravidade da decisão (de assumir o ministério petrino) - observou ainda o Papa - estava precisamente também no facto de que a partir daquele momento ficava empenhado sempre e para sempre com o Senhor".

"Sempre - quem assume o ministério petrino já não tem qualquer privacidade. Pertence sempre a totalmente a todos, a toda a Igreja. A sua vida vem, por assim dizer, totalmente retirada a dimensão privada. Pude experimentar, e experimento-o agora, que uma pessoa recebe a vida precisamente quando a dá".

"O sempre - insistiu Bento XVI - é também um para sempre - não é um regresso ao privado. A minha decisão de renunciar ao exercício ativo do ministério, não revoga isto".

"Não regresso à vida privada, a uma vida de viagens, encontros, recepções, conferências, etc. Não abandono a cruz, mas permaneço de modo novo junto do Senhor Crucificado".

Embora "já sem o poder de ofício para o governo da Igreja", Bento XVI declarou permanecer "no serviço da oração", ficando "por assim dizer, no recinto de São Pedro". E invocou o grande exemplo de São Bento, neste ponto. São Bento "mostrou a via para uma vida, que, ativa ou passiva, pertence totalmente à obra de Deus".

E Bento XVI concluiu convidando todos a viver o caminho da Igreja numa atitude fé:

"Caros amigos! Deus guia a sua Igreja, sustenta-a sempre também e sobretudo nos momentos difíceis. Nunca percamos de vista esta visão de fé, que é a única verdadeira visão do caminho da Igreja e do mundo. No nosso coração, no coração de cada um de vós, haja sempre a jubilosa certeza de que o Senhor está ao nosso lado, não nos abandona, está perto de nós envolvendo-nos com o seu amor. Obrigado!"

Amados peregrinos de língua portuguesa, agradeço-vos o respeito e a compreensão com que acolhestes a minha decisão. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja, na oração e na reflexão, com a mesma dedicação ao Senhor e à sua Esposa que vivi até agora e quero viver sempre. Peço que vos recordeis de mim diante de Deus e sobretudo que rezeis pelos Cardeais chamados a escolher o novo Sucessor do Apóstolo Pedro. Confio-vos ao Senhor, e a todos concedo a Bênção Apostólica. Foi neste contexto que Bento XVI evocou o dia 19 de abril de 2005, quando assumiu o ministério de Pedro.

Fonte: news.va




01/02/2020 - 22:28

O papa Bento XVI anunciou a sua renúncia no dia 11 de fevereiro durante encontro de cardeais no Vaticano. Ao justificar sua decisão, o pontífice de 85 anos alegou estar cansado e com a saúde frágil por conta da idade avançada. O Vaticano negou, porém, que ele tenha alguma doença. É a primeira vez em quase 600 anos que um papa renuncia ao seu pontificado.

O jornal "O Estado de S.Paulo" chegou a apontar uma disputa interna de poder praticada por ex-aliados nos últimos meses como uma das razões para a decisão do pontífice.

Já o jornal italiano "La Reppublica" relacionou a renúncia a um relatório, entregue a Bento 16 em dezembro passado, que investigou as suspeitas de corrupção e escândalos sexuais dentro da Igreja. O Vaticano reconheceu a existência do documento, mas descartou qualquer relação com a decisão do papa.

Ao deixar o pontificado, o cargo ficará vago até a eleição do próximo papa. A expectativa é que o conclave de cardeais eleja um novo pontífice ainda em março, antes da Páscoa.

Cinco cardeais brasileiros deverão participar da eleição. Segundo a última lista do Vaticano, há um total de 116 cardeais aptos a votar. O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite de 80 anos.

Fonte: Uol




Em seu último sermão, papa Bento 16 diz ter consciência da gravidade e inovação de sua renúncia Em seu último sermão como papa, Bento XVI reiterou nesta quarta-feira (27) que está fraco e que renunciou pelo bem da Igreja. Sob aplausos da multidão na praça São Pedro, o papa voltou a justificar a sua decisão, afirmando que, nos últimos anos, sentiu as suas forças diminuírem. Ele disse ainda que tem "plena consciência da gravidade e inovação" da sua atitude, mas que era preciso "ter a coragem de fazer escolhas sofridas".

No discurso de despedida, o pontífice agradeceu aos seus colaboradores mais próximos, entre eles o seu secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, e ressaltou que nunca se sentiu só na condução da Igreja. "Nunca me senti sozinho ao levar a alegria e o peso do ministério petrino." Bento XVI citou ainda as manifestações de carinho que recebeu de inúmeros fiéis ao redor do mundo desde que anunciou a sua renúncia: "O papa nunca está sozinho".

Joseph Ratzinger chegou a dizer que o pontificado é um peso muito grande, mas que não abandonará a cruz e permanecerá "de uma maneira nova perto do Senhor crucificado". Ao longo dos cerca de oito anos do seu papado, ele afirmou ter vivido momentos de alegria e momentos difíceis.

Logo no início da cerimônia de hoje, ele agradeceu a presença em massa de fiéis na praça em frente à Basílica de São Pedro e acrescentou que "vê a Igreja viva". O pontífice deixa oficialmente o comando da Igreja Católica amanhã. "Neste momento, abraço toda a Igreja espalhada pelo mundo."

A expectativa era que mais de 50 mil fiéis fossem até a praça, segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, mas estimativas iniciais apontam para a presença de 100 mil pessoas no local.

O tradicional "beija mão", em que o papa é cumprimentado, foi suspenso devido à quantidade de presentes. Antes e depois da audiência, porém, o papa percorreu a praça no seu papamóvel para fazer um cumprimento geral. No meio do caminho, fez paradas para beijar algumas crianças.

Após a audiência pública, o papa deverá receber as autoridades presentes na Sala Clementina do Palácio do Vaticano.

Fonte: Uol




Cidade do Vaticano (RV) - O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, realizou na manhã desta terça-feira mais uma coletiva de imprensa, em que esclareceu algumas das muitas dúvidas dos jornalistas.

Uma delas é sobre como Bento XVI será chamado a partir do dia 28 de fevereiro. A resposta é: continuará a chamar-se Sua Santidade Bento XVI, mas foi escolhido também Papa Emérito ou Romano Pontífice Emérito.

Sobre as vestes: branca, simples, sem mantelete.

Não são mais previstas os sapatos vermelhos. "Parece que o Papa ficou muito satisfeito com os sapatos que lhe presentearam no México, em Leon", disse Pe. Lombardi. Não usará mais o anel do pescador, para o qual o Camerlengo, com o decano, darão o fim que a Constituição prevê.

Sobre o dia de hoje, o Papa o transcorrerá em oração e preparação para a transferência a Castel Gandolfo.

Para a Audiência Geral de quarta-feira, foram distribuídos 50 mil bilhetes. Prevê-se o mesmo esquema: um amplo giro com o papamóvel. Não terá lugar o "beija-mão" - este será feito após a Audiência Geral, na Sala Clementina, para algumas autoridades, como o Presidente da Eslováquia, o Presidente da região da Baviera.

Quinta-feira, às 11h, haverá a saudação aos Cardeais, com o discurso do Decano no início. Às 16h55 (hora local), a partida de carro do pátio de São Dâmaso, saudação dos superiores. No heliporto, haverá a saudação do Cardeal Decano. Às 17h15, a chegada a Castel Gandolfo, onde estarão presentes o Bispo de Albano e outros autoridades. Às 17h30, no Pátio interno o Papa saúda os fiéis - a última saudação pública do Santo Padre. Às 20h, a Guarda Suíça, fecha a porta do Palácio Apostólico, encerrando o serviço para o Papa como chefe da Igreja. (BF)

Fonte: news.va




Ó Senhor Deus, lavo as mãos para mostrar que estou inocente. Com os que te adoram, ando em volta do Teu altar cantando um hino de gratidão e falando de Tuas obras maravilhosas.
Salmo 26:7